24 agosto 2011


Skiá

Narciso, saber-me Eco.
Compaixão: sentido reflexo,

narcótico e curvilígneo,
abismo, chão, sozinho.

Beber dos olhos
a água cristalina...
Turvar das águas
minhas mãos-rotina...

Nascer das águas,
eu sempre nasci.

Morrer de águas,
eu sempre morri.

O olhar, nem fundo nem raso,
no rosto que tem prazo.

Dotar de asas um anjo,
deitar trincado um boneco.

Buscar toda vida Narciso,
sobrar toda lida Eco.


José Carlos Freitas
non nova sed nove, abril 2011

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