uma pomba inclinada sobre o ombro
a sugerir segredos
uma linha desfeita neste mapa
a transbordar noutras direcções
vozes de vidro ou de ferro
ambientes transparentes e pesados
com rotas imperceptíveis
um café quase vazio
com plantas baças nas janelas estreitas
um cabide onde casacos de pele
escorrem dinheiro falso parede abaixo
sombras
a liberdade do salto em pleno mato
esquecer os dedos no gato
centralizar os olhos do mundo
mercantil neste casino de vidro
onde a porta
verifica a passagem do autocarro
engolindo e despejando gente
a opressão de se saberem estas coisas
todas
de cor
Mané Freire de Castro
in non nova sed nove, dezembro 97
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