24 fevereiro 2011

uma pomba inclinada sobre o ombro
a sugerir segredos

uma linha desfeita neste mapa
a transbordar noutras direcções
vozes de vidro  ou de ferro
ambientes transparentes e pesados
com rotas imperceptíveis

um café quase vazio
com plantas baças nas janelas estreitas
um cabide onde casacos de pele
escorrem dinheiro falso parede abaixo

sombras

a liberdade do salto em pleno mato

esquecer os dedos no gato
centralizar os olhos do mundo
mercantil neste casino de vidro
onde a porta
verifica a passagem do autocarro
engolindo e despejando gente

a opressão de se saberem estas coisas
                               todas
                    de cor



Mané Freire de Castro
in non nova sed nove, dezembro 97

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