21 fevereiro 2011

são as paredes de gelo
e a porta também

a solidão tem tudo
do incompreensivel


....... 


dos estilhaços perdidos
a memória, palavra ocre
marmórea, se resiste

e inventa

o interior do piano
onde contigo eu gostava
de dedilhar as cordas 

e o meu coração na tua mão 

chora agora que partiste
tu não resististe ao fátuo
a tua vida 


 .......


interior a mim
existe, muito breve
o caule
e da raíz pouco sei 
 

.......


palavra dada
palavra não magra 

do inconsciente
das mínguas de amor
sobra não sei quê e atormenta-me
um amontoado
atravancando no olhar claro
a luz que brota
e é que brota quando há primavera e verão
e a uma estação se segue outra 
 

.......


dispersa
além tropeça
se parece una é excitação
é fátuo se o que fica é dispersão


Clara Assis
in non nova sed nove, dezembro 97

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