21 janeiro 2011

intervalos
lx, 24/02/97 (ao pé do casal ventoso)

I
no piano da minha simplicidade, ouço acordes de nostalgia. vivo num terno casaréu de sonhos. este bairro tem o condão de me tornar feliz, em cada lágrima. e cada compasso é um beijo teu, águia tocada por cupido.
II
no final desta melodia, prometo que nunca mais deixarei teu cais, sítio onde fujo da neblina e em que finalmente consigo distinguir a vertigem da doçura.
III
olha, vai buscar cigarros. cada passa é uma tabacaria na trituradora do tempo. amor, creio que a nossa droga será sempre esta indisfarçável sede de infinito. é verdade, já posso voar contigo p'los montes brancos de carrazeda? ou bastar-me-á um sorriso do teu olhar para acreditar que a vida é isto?


nuno trinta de sá
in água de pedras (depois do tinto e antes da vodka)
non nova sed nove, junho 1997

Sem comentários:

Enviar um comentário