04 janeiro 2011

e repito fosse teu rosto marítimo noite
entre as noites apagadas de céu
e não seria mais luz que
essa neblina doce doce entornado
na sede fome da minha boca
essa saudade espalhada em todos
os caminhos de navegar
essa maresia branca branca
que beijo ao beijar-te

e repito tudo é o dia que és
a aurora mergulhada no teu sorriso
o sumo o sol brando nas marés do teu rosto
o ondular manso pele espuma alva

e dizendo-te
repito mar


José Luís Peixoto
in a pele branca do teu silêncio
non nova sed nove, nazaré, março 97

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