06 janeiro 2011

delírio lírio rio
distante
caminha em ti meu nosso medo
sonâmbulo e minha última
esperança nocturna
delírio noite adormecido
distante
num lugar de espiral
este nosso sonho sono apenas
lírio fino branco
distante
para lá do teu nosso peito
enleado nas trevas de ti
meu nosso medo
rio puro puro
distante
limpo de céu entre margens
de penumbra
perpétua
e perpétuo e definitivo e
distante
intransponível de fundo de
distante
rio lírio delírio
distante



José Luís Peixoto
in a pele branca do teu silêncio
non nova sed nove, nazaré, março 97

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