Missa Negra
Entranhas minhas, doces ninfas
a vós peço iluminação
para que nunca ganhe o prémio
da salvação
A vós peço o poder
de liquidar os esquemas verbais
e saber dominar
as runas e seus abjectivos
e substantivos mortos
Quero ainda o geometrismo
a simetria e gigantismo
que o norte liberta
no seu sono profundo
auto-isolando-me em sedas trevas
do sul andrógino e réptil
Exijo a tonsura
antifrásica da força
onde esmagarei a criança
até ela devolver o monstro
à poesia
A. Dasilva O.
in non nova sed nove, nº9, setembro 96
Sem comentários:
Enviar um comentário